Os discursos
de celebração da ‘Revolução de 64’, construídos pelos Golpistas da Ditadura Militar
entre os anos de 1964 e 1999, tentam distorcer as motivações quanto
à articulação do Golpe de Estado, a estruturação do regime e o seu desfecho em
1985. Pois, eles desprezam a Democracia, consideram os civis, os não militares, relaxados, preguiçosos e desorganizados. Eles, militares, 'organizados' acreditam que devem mandar e os civis 'desorganizados,
preguiçosos, relaxados...' obedecer.
preguiçosos, relaxados...' obedecer.
A análise
da enorme massa de discursos produzidos pelos militares golpistas nos permite
afirmar que em suas versões não mencionam a interrupção do processo democrático
em 64, culminando com a usurpação das liberdades
e o desrespeito aos direitos humanos. Não creditam as realizações e resultados
econômicos, o denominado ‘milagre brasileiro’, às condições internacionais e às
potencialidades internas. Sequer lembram os custos desse desenvolvimento
oriundos da elevação dos níveis de pobreza. Basta analisar os indicadores de
saúde, educação e distribuição de renda presentes na atualidade, fruto do
modelo econômico excludente e marginalizante implantado pelos militares.
Recusam a ideia de que o Congresso Nacional perdeu seu poder fiscalizador e a
imprensa sofreu intensa censura nesse período. Esquecem, Lucileide Costa
Cardoso138 Revista Brasileira de História, vol. 31, nº 62 propositadamente, que
para a oposição, após a ‘abertura política’ na década de 1980, só restava
contar as vítimas da repressão: mortos, desaparecidos, cassados e exilados,
completados pelos expurgos de militares e civis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário