O governador Jaques Wagner, ex-sidicalista, iniciou sua atividade política a partir de 1968 no movimento estudantil, quando presidiu o diretório acadêmico da Faculdade de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica (PUC). Entretanto, em 1973, Jaques Wagner passou a ser perseguido pela ditadura militar e teve que abandonar o curso de Engenharia, que nunca completou. Hoje Wagner demonstra ter aprendido bem a lição dos seus perseguidores, pois na greve dos professores cortou salários, plano de saúde, cesta do povo (supermercado do estado onde servidores compram pra descontar em folha no final do mês) e continua irredutível.
Professor: ainda o pior salário
Tabulações feitas pelo O Globo nos
microdados do Censo do IBGE mostram que a renda média de um professor do ensino
fundamental equivalia, em 2000, a 49% do que ganhavam os demais trabalhadores
também com nível superior. Dez anos depois, esta relação aumentou para 59%.
Entre professores do ensino médio, a variação foi de 60% para 72%.
Apesar do avanço, o censo revela que
as carreiras que levam ao magistério seguem sendo as de pior desempenho. Entre
as áreas do ensino superior com ao menos 50 mil formados na população, os
menores rendimentos foram verificados entre brasileiros que vieram de cursos
relacionados a ciências da Educação — principalmente Pedagogia e formação de
professor para os anos iniciais da educação básica.
Em seguida, entre as piores
remunerações, aparecem cursos da área de religião e, novamente, uma carreira de
magistério: formação de professores com especialização em matérias específicas,
onde estão agrupadas licenciaturas em áreas de disciplinas do ensino médio,
como Língua Portuguesa, Matemática, História e Biologia.
Pagar melhor aos professores da
educação básica, no entanto, é uma política que, além de cara, tende a trazer
retorno apenas a longo prazo em termos de qualidade de ensino. A literatura
acadêmica sobre o tema no Brasil e em outros países mostra que a remuneração
docente não tem, ao contrário do que se pensou durante muitos anos, relação
imediata com a melhoria do aprendizado dos alunos.
No entanto, o achatamento salarial do
magistério traz sérios prejuízos a longo prazo. Esta tese é comprovada por um
relatório feito pela consultoria McKinsey, em 2007, que teve grande repercussão
internacional ao destacar que uma característica dos países de melhor
desempenho educacional do mundo — Finlândia, Canadá, Coreia do Sul, Japão e
Singapura — era o alto poder de atração dos melhores alunos para o magistério.
— Não dá para imaginar que, dobrando
o salário do professor, ele vai dobrar o aprendizado dos alunos. O problema é
que os bons alunos não querem ser professores no Brasil. Para atrair os
melhores, é preciso ter salários mais atrativos — afirma Priscila Cruz,
diretora-executiva do Todos Pela Educação.
O presidente da Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin de Leão, concorda com o
diagnóstico da baixa atratividade da profissão
Leia mais http://oglobo.globo.com/educacao/professor-ainda-pior-salario-4954397
Nenhum comentário:
Postar um comentário