terça-feira, 4 de outubro de 2011

“Filha desmotivada na escola”

Uma amiga me disse que a filha está muito desmotivada na escola e que os professores são muito chatos. Ela me pede ajuda. Pensei em algumas hipóteses que podem contribuir para mudar o quadro, ou pelo menos, para compreender o que está acontecendo.



As causas da desmotivação podem ser de quatro origens diferentes, tais como:

A primeira diz respeito à possibilidade de alguns professores estarem extremamente expositivos, ou seja, focam suas aulas em conteúdo e não deixam espaço para a criação. O aluno permanece muito passivo, copia muita matéria sem possibilidade de criar, de se manifestar, de discutir, debater, de ser autor.


A segunda origem possível é a da superproteção da família (pai ou mãe) que não permite o desenvolvimento da autonomia, da persistência e da independência. A criança fica sempre esperando que as soluções sejam dadas por alguém, como a mãe, o pai, o próprio professor, etc. Se a escola estiver exigindo, cobrando, solicitando trabalho, a criança desiste, pois se sente cobrada acima de suas possibilidades (ou pelo menos, acima do que ela acha ser possível). Nesse caso, procure incentivar a autonomia de sua filha, as decisões, ajude-a a assumir desejos e opiniões, etc. É muito comum crianças desistirem de pesquisar, estudar ou até mesmo de fazer uma lista de exercícios, pois não acreditam que podem conseguir. Comportamentos superprotetores dificultam o amadurecimento das crianças além de afetar negativamente a autoestima delas. Nesse caso, não é culpa da escola, mas de uma educação familiar equivocada.



A terceira possibilidade é a de origem interna, como alguma dificuldade de atenção, concentração, ou qualquer outro motivo relacionado ao funcionamento de seu corpo, de seu cérebro. Como exemplo, podemos ter casos de Depressão, de Déficit de Atenção ou alguma outra dificuldade fisiológica, ou seja, de funcionamento do corpo ou cérebro. Para essa terceira origem, é necessária a avaliação de um profissional da área, um neuropediatra, psicopedagogo ou psiquiatra. Não deixe para depois. Se a origem da dificuldade for orgânica ou fisiológica, a medicação pode fazer um grande bem para sua filha. Entretanto não vá logo medicando. Busque uma segunda opinião. Há casos de crianças extremamente agressivas e desobedientes e que pareciam não evoluir com o controle e a disciplina da escola, mas que mudaram radicalmente de comportamento após o diagnóstico de dificuldades auditivas. A criança simplesmente não ouvia, e só atendia quando gritavam com ela.



A quarta possibilidade é o ”bullying”. É uma espécie de assédio moral com foco na coerção, ameaças, chantagens, perseguições, humilhações e desvalorização que a menina pode estar sofrendo no dia-a-dia da escola por colegas da turma. Muitas vezes um grupo de crianças, ou de adolescentes, escolhe alguém para servir de “saco de pancada”. As consequências desse tipo de comportamento afetam diretamente a vontade de estudar. Algo precisa ser feito e de forma urgente. Essas crianças, as agressoras, tanto quanto a vítima precisam de ajuda. Precisam de orientação para que possam aprender os valores mais significativos da vida.



Entre em contato com a escola e, juntos, criem soluções para que o Bullying não ocorra mais, nem com sua menina, nem com outras crianças. Lembre-se que o bullying não se resolve com ações pontuais, locais, mas com uma cultura anti-violência e uma conscientização de todos os segmentos da escola. Professores, funcionários, pais e alunos precisam refletir e aprender a respeito do bullying. Atitudes punitivas ou localizadas acabam piorando a situação. Se a possibilidade do bullying for plausível, aja imediatamente em parceria com a escola.



Fonte: marcosmeier.com.br





Humor
 
Por Bill Watterson

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