Reforma ortográfica: Acentuação
A professora Lucia Deborah descomplica as novas normas de
acentuação da reforma ortográfica.
Data 17/10/13, Duração 4:28, Exibições 17918
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Descomplica | Variabilidade linguística
Nova Ortografia - Acento do ditongo aberto é eliminado somente nas paroxítonas
Por Thaís Nicoleti
Usando uma expressão empregada pelo gramático Evanildo
Bechara, a língua portuguesa acaba de receber uma nova "vestimenta
gráfica", uniformizando-se em todos os países em que é o idioma oficial.
Uma das alterações que nós, brasileiros, vamos sentir
bastante é a supressão do acento agudo nos ditongos abertos em sílaba tônica.
Em nosso país, a pronúncia de termos como "heróico",
"paranóico", "idéia" ou
"assembléia" é
marcadamente aberta, diferente, portanto, da pronúncia de termos como
"arroio", "joio", "aldeia" ou "sereia".
De acordo com o novo sistema ortográfico, são eliminados os
acentos dos ditongos abertos tônicos que se encontram na penúltima sílaba das
palavras, ou seja, o acento desaparece apenas nas paroxítonas. Passamos,
portanto, a escrever "heroico", "paranoico",
"ideia" e "assembleia", todas sem acento.
Palavras oxítonas ("chapéu", "solidéu",
"herói", "caubói", "corrói" etc.), bem como os
monossílabos tônicos ("céu", "réu", "rói",
"mói", "dói" etc.), terão os acentos preservados. É
importante observar essa circunstância e ficar atento a seus desdobramentos:
por exemplo, não há mais distinção gráfica entre o substantivo
"apoio" (pronúncia fechada) e a forma verbal "apoio"
("eu apoio"), de pronúncia aberta no Brasil.
Os topônimos (nomes de lugares) também sofrem alteração.
Escreveremos, portanto, Coreia, Jureia, Boraceia, Cananeia, Pompeia etc.
"Ilhéus", entretanto, mantém o acento por ser oxítona. Com o tempo,
virá o hábito.
Nova ortografia - "Veem" sem acento e "vêm" com acento
Por Thaís Nicoleti
O Novo Acordo Ortográfico determina a supressão do acento
circunflexo das formas verbais terminadas em "-eem". São palavras
paroxítonas cujo acento gráfico é, de fato, desnecessário.
Essas formas aparecem nos verbos "crer",
"ler" e "ver" conjugados na terceira pessoa do plural do
presente do indicativo (eles creem, eles leem, eles veem) e no verbo
"dar" conjugado na terceira pessoa do plural do presente do
subjuntivo (que eles deem), bem como em seus derivados.
Vale observar que, embora não seja um derivado de
"ver", o verbo "prover" se conjuga como ele por analogia.
Vale, portanto, a nova regra também para o verbo "prover": eles
proveem.
É importante levar em consideração que os acentos dos verbos
"ter" e "vir" e de seus derivados não sofreram alteração.
Assim, continuamos empregando as formas "ele tem"/ "eles
têm" e "ele vem"/ eles vêm". Seus derivados, por serem
palavras oxítonas (não monossílabos), devem ser acentuados tanto na terceira
pessoa do singular como na do plural (o que já ocorre com as demais oxítonas
terminadas em "-em", como "vintém", "refém",
"ninguém" etc). Varia, como sabemos, o tipo de acento: agudo no
singular e circunflexo no plural. Daí as formas "ele mantém"/
"eles mantêm" e "ele intervém"/ "eles intervêm".
Como as oxítonas terminadas em "-ens" também são
acentuadas, as formas de segunda pessoa do singular desses verbos são
igualmente acentuadas. Assim: tu manténs, tu deténs, tu reténs, tu intervéns,
tu provéns etc.
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